sexta-feira, 20 de abril de 2012



Pílulas de todas as formas e cores
Venenos em latas de aerosóis
Facas, filetes, canetas, objetos pontudos
Escada, ladeiras de ruas, pedras
Travesseiro...


Pensamentos suicidas me invadem
Me entorpecem
Atravessando com você a rua, um carro correndo em minha direção
Me hipnotiza
Vontade de imobilizar as pernas e deixar que o carro faça sua arte.
Mas você me puxa e mal sabe das insanidades que me dominam.
Parte do caminho eu noto que o chão brilha
Refletindo a luz dos postes da rua
Cacos de vidro
Vontade de escorregar sem querer no meio daquele monte
Um disfarçado e doentio sorriso me vem ao rosto.
Apenas um corte vai?
Um corte pra parar de doer tudo isso.
Você movimenta sua mão na minha
Sou obrigada a acordar
Tenho que ser normal
Afinal, não pegaria bem uma garota cair ao chão tentando ao máximo se machucar
Doença? Trauma? Hospício?
Olhos vidrados.
Penso muito em meus olhos vidrados
Sem me importar com lágrimas e desespero.
Sem ter piedade com a dor.
Afinal o que vai importar?
A gente esquece, supera, substitui.
De que vale preservar a vida se não consigo vivê-la?
De que vale seguir o mesmo roteiro até o teatro fechar?
Já sabemos o final da história
Vamos adiantar logo isso.
Porque eu morri ao esperar na janela aquilo que se dedica a me mostrar que não existe final feliz.


(15/04/12)





Tanto faz. Eu já não me importo com o que você faz e com quem faz.

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